Independentemente de ser visceralmente contra o uso e abuso de escutas telefónicas, revolto-me contra a ideia de que tais factos se passaram realmente. Se um homem profere, via telefónica, palavras de amor à sua amada, o que ouve ela realmente? Não a voz ardente do seu amado, embora ela pense que assim seja. Mas tão somente uma reconstituição, através do telefone, aos seus ouvidos de uma vibração do ar. Todo o telefonema é, pois, uma simulação. Por isso, as escutas telefónicas a Filipe Vieira são apenas simulacros e nada mais.
Mas, ainda que Vieira ou Valentim Loureiro estivessem face a face, a apenas algumas dezenas de centímetros de distância, o que ouviriam eles? Não foram os seus ouvidos que ouviram as palavras. O que um ouvido faz é registar as mudanças de pressão pela acção do estribo e dos ossos da bigorna. Enfim, simulacro outra vez.
Sou, pois, firmemente contra acusações que se baseiem tão-somente em realidades virtuais. O futebol português não merece isto, nós somos mesmo transparentes e cheios de fair play. Aliás, se o leitor bebericar um café, tomar banho no mar ou apreciar o gosto de um martini, tem de se perguntar, isto é real?
2 – O caso Mateus divide os portugueses, já que Fiúza é mesmo fiúza e não desiste.
Recomendaríamos a ambas as partes a leitura do evangelho homónimo (o Evangelho segundo S. Mateus). “Por que olhas o cisco no olho do teu irmão e não vês a trave no teu? Como ousas dizer ao teu irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu próprio tens uma trave no teu. Hipócrita, retira primeiro a trave do teu olho e só então cuidarás de retirar o cisco do olho do teu irmão.”.
Até para a semana.
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