Tuesday, March 20, 2007

ABECEDÁRIO 2006 (II)

Neste artigo retomamos a metodologia do abecedário 2006 (I), pelo que dispensamos a sua descrição. Tínhamos ficado na letra “I”.

I2Islamismo político radical. Triste, mais triste não há. As manifestações a propósito das caricaturas do Profeta ou as que sucederam ao discurso do Papa, em Ratisbona, revelam a mão sombria, feudal, primária, violenta, e acrítica em que se transformou uma boa parte do mundo muçulmano. Se não levarmos a sério o que se está a passar, pagaremos em breve um preço pesado pela cobardia encapotada de muitos dos nossos dirigentes políticos.

JJesus. O Natal de 2006 foi marcado, em vários pontos da Europa, pela interdição dos sinais cristãos que sinalizam o seu nascimento. Pior é difícil. Eu, que não sou crente, em 2007, vou ajudar a fazer um presépio.

KKerry, John. A esperança de uma mudança nos Estados Unidos que, na sua derrota, abriu as portas ao sintoma Bush II. Ou seja, a uma política simplista, neo-isolacionista, com laivos de um império em decadência. Se Kerry tivesse ganho, não teríamos assistido ao lamentável espectáculo que foi a política norte-americana em 2006.

LLíbano – A aparente “derrota” do exército israelita ficou a dever-se em exclusivo ao descarado apoio que o Irão e a Síria deram ao Hessbolah. A política mendicante ao alcance das bolsas terroristas, que compraram com um punhado de dólares as almas libanesas. Horrível de se ver, intragável para o pensar.

MMinorias. No lugar da integração das minorias étnicas ou religiosas, assistimos, na Europa, à genuflexão vergonhosa da nossa identidade cultural.

NNinguém. O Sr. Zé-ninguém continua a ser objecto de cobiça para a minoridade política, enquanto conta ao milímetro os miseráveis euros com que tem de viver.

OO.P.A.. O espectáculo OPA parece não ter fim. O braço de ferro entre Granadeiro e Belmiro de Azevedo continuará seguramente em 2007.

PPortugal. País pequeno, maltratado, sem crescimento económico visível e onde a esperança estiola. Esperamos, em todo o caso, que Sócrates melhore a “coisa”.

QQuando. Quando vamos sair da crise?

RRatzinger. O “conservador” consultou os bispos sobre o celibato sacerdotal, citou Eros na Encíclica, admitiu o uso de preservativos e apoiou a entrada da Turquia na União Europeia. Um professor universitário fez mais e mais depressa que o seu antecessor, Papa risonho, mas com pouco para dizer.

S - Steiner – A sua escrita continua a surpreender-nos. Urge adquirir a segunda edição das entrevistas, publicadas pela Fenda em 2006.

TTurquia. A sua adesão à União Europeia, uma vez mais adiada, resolveria o problema da democracia na Europa, alienado no eixo económico Paris-Berlim. 80 Milhões de novos europeus musculariam o eixo democrático da União Europeia.

UUnião Europeia. O crescimento do espaço geopolítico da União Europeia é o maior desmentido da sua pseudo-fraqueza.

VVinho. Os vinhos portugueses, em 2006, melhoraram substancialmente.

XXanana Gusmão. O presidente timorense, para além de ser casado com uma australiana, deixa que a senhora mande no país. O curioso é que julga que ninguém sabe.

ZZapatero. O primeiro-ministro espanhol não tem medo da igreja nem dos restos do franquismo.

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